JESUS CRISTO

Jesus Cristo é a figura central do Cristianismo e a sua natureza e obra são fundamentais para a fé cristã. Desde o princípio, Ele é um com Deus, e, de facto, Ele é Deus. Esta afirmação é crucial para entender a divindade de Jesus e a sua união eterna com o Pai. No Evangelho de João, lemos: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1). Esta passagem sublinha a pré-existência de Cristo e a sua identidade como Deus. Jesus não foi criado, mas sempre existiu em perfeita comunhão com o Pai, compartilhando a mesma essência divina.

No entanto, para cumprir o plano de salvação, Jesus Cristo tomou uma decisão extraordinária: Ele despediu-se voluntariamente da sua glória divina e assumiu a forma humana. Filipenses 2:6-7 afirma: “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens.” Este ato de autoesvaziamento, conhecido como kenosis, é uma demonstração incomparável de humildade e amor. Embora Ele continuasse a ser Deus em essência, Jesus escolheu não usar os seus atributos divinos independentemente durante o seu ministério terreno. Ele viveu como um homem comum, sujeito às mesmas limitações físicas, emocionais e espirituais que qualquer outro ser humano.

Jesus foi gerado pelo Espírito Santo e nasceu da virgem Maria, cumprindo assim a profecia de Isaías: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e chamá-lo-ão Emanuel, que traduzido é: Deus conosco” (Isaías 7:14). O nascimento virginal de Jesus é um testemunho do poder de Deus e da singularidade de Cristo. Ele não herdou a natureza pecaminosa da humanidade, pois foi concebido pelo Espírito Santo, mantendo assim a sua pureza e santidade.

Durante a sua vida na Terra, Jesus foi verdadeiramente humano. Ele experimentou todas as emoções, dores e alegrias que fazem parte da condição humana. No entanto, o que distingue Jesus de qualquer outro ser humano é que, em tudo, Ele foi tentado como nós, mas sem pecado (Hebreus 4:15). Esta ausência de pecado é crucial, pois só um sacrifício perfeito e sem mácula poderia satisfazer as exigências da justiça divina para a redenção da humanidade. Jesus enfrentou tentações reais, como o relato no deserto, onde foi tentado pelo diabo em três áreas principais: a necessidade física, a confiança em Deus, e a adoração (Mateus 4:1-11). Apesar das tentações, Jesus permaneceu fiel e obediente ao Pai, demonstrando que a vitória sobre o pecado é possível.

Tudo o que Jesus realizou na sua vida e ministério, Ele o fez na qualidade de homem, mas não um homem comum — Ele era um homem cheio do Espírito Santo. Desde o seu batismo no rio Jordão, onde o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba (Lucas 3:22), Jesus foi capacitado pelo Espírito para realizar milagres, pregar o Evangelho e cumprir a missão que lhe foi confiada. Os seus milagres, como curar os enfermos, ressuscitar os mortos e multiplicar os pães, não foram feitos através do seu poder divino inerente, mas pelo poder do Espírito Santo que habitava n’Ele. Esta verdade é fundamental para entender como Jesus serve de exemplo para os crentes: Ele demonstrou que uma vida cheia do Espírito é capaz de realizar as obras de Deus.

A humanidade de Jesus é também vista na sua compaixão, na sua dor e no seu sofrimento. Ele chorou pela morte de Lázaro, mostrou misericórdia à mulher apanhada em adultério e suportou a traição, o abandono e a crucificação. Na cruz, Jesus experimentou o peso do pecado do mundo inteiro, uma experiência tão agonizante que Ele clamou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46). Este grito revela a profundidade do sofrimento de Jesus, que, embora fosse sem pecado, tomou sobre si os nossos pecados para que pudéssemos ser reconciliados com Deus.

Finalmente, é importante destacar que Jesus, embora tenha vivido como um homem, nunca deixou de ser Deus. A união hipostática, a doutrina que afirma que Jesus é simultaneamente totalmente Deus e totalmente homem, é um mistério profundo e uma verdade central do Cristianismo. Através desta união, Jesus foi capaz de ser o mediador perfeito entre Deus e os homens, oferecendo-se como o sacrifício final e perfeito pelos nossos pecados. A sua ressurreição ao terceiro dia é a confirmação da sua divindade e a garantia de que, em Cristo, todos os que creem têm a promessa da vida eterna.

Textos bíblicos de apoio:

Filipenses 2:5-8:

“A atitude de vocês deve ser a mesma de Cristo Jesus:

6 Que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo que deveria apegar-se; 7 mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. 8 E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!”

Lucas 1:35:

“O anjo respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra; assim, o santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.'”

Isaías 7:14:

“Portanto, o Senhor mesmo lhes dará um sinal: A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel.”

1 João 5:20:

“Sabemos também que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para que conheçamos aquele que é o verdadeiro; e nós estamos naquele que é o verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.”

Apóstolo José

Ministério principal: Servo, Dádiva da Graça: Salvação, Naturalidade: Céu

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Apóstolo José

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