A HUMANIDADE, SUA QUEDA E REDENÇÃO

A história da humanidade, desde a criação até à redenção, é marcada por um profundo contraste entre o estado original do homem e a sua queda subsequente, seguida pela promessa de restauração através de Jesus Cristo. O relato bíblico do livro de Génesis descreve que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Génesis 1:26-27), o que lhe conferiu uma dignidade única e uma posição especial na criação. Esta imagem divina não se refere a uma semelhança física, mas à capacidade moral, intelectual e espiritual do ser humano, que o distingue de todas as outras criaturas. O homem foi criado para refletir o caráter de Deus, para governar sobre a terra com justiça e para viver em comunhão perfeita com o seu Criador.

No entanto, esta condição de pureza e harmonia foi tragicamente interrompida pela entrada do pecado no mundo. A queda do homem é um evento crucial na narrativa bíblica, e ocorreu quando Adão e Eva, os primeiros seres humanos, desobedeceram ao mandamento de Deus ao comerem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Génesis 3:3). Este ato de desobediência não foi apenas uma simples transgressão, mas uma rejeição direta da autoridade e do amor de Deus, resultando em consequências devastadoras para toda a humanidade.

Com o pecado, entrou no mundo a morte, tanto física quanto espiritual. A morte física tornou-se uma realidade inevitável para todos os seres humanos, mas a morte espiritual, que é a separação de Deus, foi a consequência mais grave. Esta separação de Deus significa que o homem, em seu estado natural, está alienado de Deus, sem a capacidade de restaurar por si próprio a comunhão perdida. O apóstolo Paulo resume esta condição em Romanos 5:12, dizendo: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.” Esta natureza pecaminosa herdada de Adão afeta todos os aspectos do ser humano — seus pensamentos, palavras e ações. Ninguém está isento desta condição; todos nascem com uma inclinação para o pecado e, ao atingirem a idade de responsabilidade moral, inevitavelmente tornam-se pecadores, não apenas em suas ações, mas em sua própria natureza.

A condição de pecado e separação de Deus deixou o homem em um estado de desespero e impotência. Sem a intervenção divina, a humanidade estaria condenada a uma existência de alienação eterna de Deus. No entanto, a Bíblia também revela a esperança e a redenção que Deus providenciou para o homem através de Jesus Cristo. O apóstolo João afirma: “Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1 João 3:8). Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio ao mundo com o propósito específico de reverter os efeitos devastadores do pecado e restaurar a relação quebrada entre Deus e o homem.

A obra redentora de Cristo é o coração do Evangelho. Ele viveu uma vida sem pecado, tornando-se o sacrifício perfeito para expiar os pecados da humanidade. Na cruz, Jesus deu a sua vida e derramou o seu sangue, não apenas como uma demonstração de amor, mas como um ato de substituição. Ele tomou sobre si o castigo que nós merecíamos, satisfazendo a justiça de Deus e reconciliando-nos com o Pai. Em 2 Coríntios 5:21, Paulo escreve: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” Este ato de substituição significa que, pela fé em Cristo, somos justificados, ou seja, declarados justos diante de Deus, e restaurados à comunhão com Ele.

A redenção oferecida por Cristo não se limita a uma simples remissão dos pecados. Ela envolve uma transformação profunda na vida do crente. Ao aceitar Jesus como Senhor e Salvador, o indivíduo é regenerado pelo Espírito Santo, tornando-se uma nova criação. Esta nova vida em Cristo rompe o poder do pecado e capacita o crente a viver em conformidade com a vontade de Deus. A redenção inclui, portanto, tanto a libertação do castigo do pecado quanto a libertação do seu poder sobre a vida do crente.

Além disso, a obra redentora de Cristo é universal em sua oferta, mas deve ser pessoalmente apropriada. Cada pessoa é chamada a responder à graça de Deus através da fé em Jesus Cristo. Esta fé implica arrependimento, uma mudança de mente e coração, e uma confiança plena na obra de Cristo para a salvação. A resposta a esta oferta de redenção tem consequências eternas: para aqueles que a aceitam, há a promessa de vida eterna e comunhão com Deus; para aqueles que a rejeitam, permanece a separação eterna.

Em resumo, o homem foi criado para refletir a imagem de Deus, mas a sua desobediência resultou na queda e na separação de Deus. Todos nascem com uma natureza pecaminosa e, ao atingirem a responsabilidade moral, tornam-se pecadores em pensamento, palavras e ações. Contudo, a manifestação de Jesus Cristo, o Filho de Deus, trouxe redenção ao homem, desfazendo as obras do diabo e restaurando a relação do homem com Deus através do sacrifício na cruz. Esta redenção é acessível a todos os que, pela fé, aceitarem Jesus como seu Senhor e Salvador, permitindo-lhes viver uma nova vida em comunhão com Deus.

Textos bíblicos de apoio:
Colossenses 1:13-14:

“Ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, isto é, o perdão dos pecados.”

Efésios 2:13:

“Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo.”

Efésios 2:16-18:

“16 E, reconciliasse com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade. 17 Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, 18 pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito.”

1 João 3:8:

“Aquele que pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vem pecando desde o princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo.”
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Apóstolo José

Ministério principal: Servo, Dádiva da Graça: Salvação, Naturalidade: Céu

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Apóstolo José

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